domingo, 13 de setembro de 2009

As notas de acesso à universidade

Por interesse próprio (o meu filho entra este ano na universidade), tive que olhar para as notas de entrada e passou-se aquilo que era de prever: milhares de alunos deste país que estão no topo da pirâmide intelectual não podem estudar o que querem. Isto é por demais gritante em Medicina. Senão vejamos: o meu filho, que tem média de 17,5, não entrou em Medicina. Não obstante há alunos que entraram com 9,7 (sim, 9,7) em Bioquímica. Há centenas de vagas por preencher que vão ser ocupadas por aqueles que vão ser repescados e que são os que têm notas baixas a partir de 9,5. Conclusão: este país gasta fortunas a formar alunos que chegam à universidade com médias de 9,5 ou pouco mais e deixa de fora os melhores alunos. Há dinheiro para os maus e os medíocres mas não há para os bons. Se houvesse médicos a mais ainda vá. Mas não há já que os estamos importar de Cuba, das Honduras e sabe Deus de que outros sítios. Repito, o Estado está a gastar milhões de euros em péssimos alunos e deixa de fora os bons. Só mesmo os países muito ricos é que se podem permitir fazer estas coisas. Ter dinheiro para vagas de estudos eslavos (e outros que tais) que ficam por preencher e não acarinhar a elite intelectual.

E isto porquê ? Não sei, perguntem à Ordem dos Médicos e ao Governo porque é há tão poucas vagas. Será para criar escassez e assim manter os preços das consultas médicas e dos serviços médicos altos ?

Como é que resolvi este assunto ? Muito fácil, com sacrifício pessoal, enviando o meu filho a estudar Medicina em Espanha onde tem vaga em várias universidades. Devo dizer que há milhares de estudantes de Medicina fora de Portugal que não querem voltar. Uma vez passada a fronteira ninguém mais quer saber deste país que acarinha a mediocridade. Se não fosse assim tínhamos mais cuidado em escolher quem nos governa. Todos são maus, a maioria nunca trabalhou na vida (há um candidato do CDS a Presidente da Câmara que tem 19 anos) e quando saem do poder é para continuar a roubar-nos deste vez na empresa privada.

Tenho que agradecer ao Estado Espanhol o facto de formar o meu filho, de lhe dar uma bolsa de estudo e um sitio numa residência universitária.

Já temos as portuguesas a parir em Espanha e agora temos os nossos melhores alunos a estudar lá. Este país merece quem tem e o que é, medíocre.