Sr. Eng.º, eu adoptei uma criança há oito anos pelo que lhe reconheço a divida das custas judiciais. Mande-me por favor a factura.
Na volta do correio eu envio-lhe a minha factura respeitante a: comida (como eles comem), roupa (como eles crescem), colégio (tem que estar num colégio privado porque o ensino publico é o que vemos e sabemos), férias, etc.
Fazemos este acordo ?
Vi este fim-de-semana o documentário Sicko de Michael Moore. Deixem-me dizer que fiquei impressionado. Há que entender que o filme não é acerca das pessoas que não têm seguro de doença mas acerca da actuação das companhias de seguros para com as pessoas que sim têm o seguro.
Desde deixar as pessoas morrer até premiar os médicos que mais tratamentos recusam, está lá tudo.
No fim do filme acabamos por dar valor ao nosso sistema de saúde público, universal e gratuito.
Como digo, o melhor é ver.
Estando à espera no autocarro vem a hospedeira falar com o motorista e diz-lhe diante de toda a gente que o que ele tem que fazer é ir até ao fim do aeroporto muito devagarinho e voltar, também muito devagarinho até ao avião. Genial. Claro que, apesar destas manobras dilatórias, quando chegámos ao avião ainda estavam a limpá-lo.
Resultado: uma hora e meia de atraso. E o que é que diz o comandante, mentindo como sempre ? Que o problema é a saturação do espaço aéreo. Sr. Comandante, crê que somos todos estúpidos ? Que não sabemos que o avião chegou uma hora depois da hora de saída ? Que o Iberia saiu à hora apesar da saturação do espaço aéreo.
Qual é o problema desta companhia ? É que já perdeu a vergonha. Que ganhou 32 milhões de euros ? Pelo que todos vemos, se calhar poderia ganhar o dobro se não estivesse pejada de incompetentes. Que teve um prémio pela melhor revista de bordo ? Mas o serviço é péssimo.
Quando é que o Eng.º Fernando Pinto vai assumir os problemas que tem e põe isto em ordem ?
Drª. Ana Jorge, onde é que está ? Não tem nada a dizer ?
Não contente com a asneira segue dizendo: “e não tem as mesmas facilidades de testar os seus produtos. Mas estamos abertos à investigação. Porque é que o Estado não nos ajuda ?”.
Ou seja, repete que os produtos são mal testados (se é que o são) e que, se queremos mais segurança, que o Estado pague. As farmacêuticas, que não são nenhumas santas, gastam verdadeiras fortunas em investigação, em testes, em certificação. E estes espertos fazem uma qualquer mistela à base de ervas, põem-na à venda nas farmácias (que têm grande cota de culpa por avalar estas mezinhas pelo facto de as venderem, ou seja, são cumplices) e, se queremos segurança, que paguemos nós, não eles. E onde é que está o Infarmed ?
O problema é que este génio não é a excepção em Portugal, é a regra. Que Deus nos apanhe confessados.
Noticia do DN de 5 de Abril de 2008-04-06
A história é a seguinte. Para diminuir a fila de espera das cirurgias oftalmológicas, o Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, contrato um médico espanhol. Resumindo a história. Este médico fez em seis dias 234 operações enquanto os sete especialistas do hospital fizeram 359 operações em 2007, ou seja, 50 por ano cada um ou, posto de outra maneira, 1 por semana. Espanhol – 40 por dia; português – 1 por semana. Parece-vos normal ? O paciente mais antigo estava em lista de espera desde Janeiro de 2007 e a operação demora entre 5 e 10 minutos.
E o Bastonário da Ordem dos Médicos, em vez de procurar saber porque é que isto se passa, ainda critica o médico espanhol. Claro que este cobra 800 euros por intervenção e os médicos portugueses 2.000. E ainda por cima trouxe com ele toda a equipa e equipamento somente precisando o hosptital emprestar-lhe um enfermeiro.
Será que os médicos portugueses não querem fazer as operações que estão dentro do salário que cobram no hospital para assim poder levar ao desespero as pessoas e cobrar 2.000 euros no privado ?
Diz ainda o bastonário que os próprios colegas estavam dispostos a contratualizar com a administração. Vamos lá a ver, a contratualizar porquê ? Não cobram já um salário para fazer o trabalho ?
Dizia-se que o sistema anterior ao 25 de Abril era o Corporativismo mas nunca houve tanto como agora.
