Eu resumo a notícia do Expresso:
Prova do 6º ano pede para ordenar palavras por ordem alfabética
É preciso dizer mais alguma coisa ? Eu até entendo a facilidade, não vá alguém mais malvado pedir a um deputado que resolva o teste e criar problemas.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
FNAC - não só não corrige como insiste
A FNAC, longe de corrigir, (ver link) insiste.
Passei esta semana na FNAC do Colombo e lá está: Artes Performativas.
Transcrevo a resposta do Ciberdúvidas relativamente a este aborto ortográfico:
"Eficaz = «performante»
[Pergunta] Existe a palavra "performante"? Tenho visto vários exemplos de "O computador X é mais performante do que o computador Y." É correcto? Se não, o que devemos utilizar para evitar o estrangeirismo?
Rui Dantas :: estudante Universitário :: Braga, Portugal
[Resposta] Este vocábulo não é aceitável, porque não temos o verbo «performar». Foi formado a partir do inglês «performance», que podemos traduzir, entre outras, pelas seguintes palavras, conforme o caso: rendimento, desempenho, características, comportamento, marcha, resultado, execução, actuação, capacidade, eficácia, carga, funcionamento, força, representação, sessão, récita, exibição, cumprimento, realização, progresso, eficiência.
Se empregarmos o inglês «performance», empobrecemos a Língua Portuguesa em 21 palavras, pelo menos.
No caso da frase apresentada, podemos dizer correctamente: «O computador X é mais eficaz/eficiente do que o computador Y». "
Estamos nós preocupados com acordos ortográficos e temos uma empresa que, NA ÁREA DE CULTURA, escreve mal português.
Mas vejam o que mais se diz: "Mas que dizer de "performação" utilizado na Universidade Nova, por professor(es) de Ciências Musicais e de "artes performativas", que surge agora como disciplina da Nova Reforma Curricular do Ensino Secundário?"
Olé. Até o Ministério permite ou não liga nenhuma, que é o mais certo.
Eu quando tenho alguma dúvida acerca de uma palavra espanhola (que escrevo e falo perfeitamente, consulto a RAE - Real Academia Espanhola - que é quem "manda" na lingua. Se uma palavra existe está lá. Se não existe, não está. Não existe em Portugal nada semelhante, nenhuma academia que seja quem coordene a lingua. Relativamente ao comentário anterior, leiam a resposta do Ciberdúvidas:
"Não tem, de facto, autoridade oficial, o que é pena, já que a Academia das Ciências, pelo menos actualmente, nada faz em tal sentido. De positivo, neste domínio, publicou há mais de vinte anos novo primeiro volume do dicionário, só com a letra A, tal como o dado à luz cerca de duzentos anos antes. Entretanto, em França (desde o século XVII) e em Espanha há várias edições do dicionário das suas academias, menos ambiciosos, pois, o espanhol, por exemplo, é num só volume, o que é melhor que um só para o A."
Como vêem, isto é Portugal no seu melhor. E segue: "publicou há mais de vinte anos novo primeiro volume do dicionário, só com a letra A, tal como o dado à luz cerca de duzentos anos antes."
Se consultarmos um dicionário "online", a palavra aparece. Diz que é um anglicismo mas não diz que a palavra não existe. Deus apanhe confessados quem usar este dicionário. Noutro dicionário diz, e bem, que a palavra não existe.
Mas tranquilizem-se, o novo Des(Acordo) Ortográfico vai resolver isto.
Passei esta semana na FNAC do Colombo e lá está: Artes Performativas.
Transcrevo a resposta do Ciberdúvidas relativamente a este aborto ortográfico:
"Eficaz = «performante»
[Pergunta] Existe a palavra "performante"? Tenho visto vários exemplos de "O computador X é mais performante do que o computador Y." É correcto? Se não, o que devemos utilizar para evitar o estrangeirismo?
Rui Dantas :: estudante Universitário :: Braga, Portugal
[Resposta] Este vocábulo não é aceitável, porque não temos o verbo «performar». Foi formado a partir do inglês «performance», que podemos traduzir, entre outras, pelas seguintes palavras, conforme o caso: rendimento, desempenho, características, comportamento, marcha, resultado, execução, actuação, capacidade, eficácia, carga, funcionamento, força, representação, sessão, récita, exibição, cumprimento, realização, progresso, eficiência.
Se empregarmos o inglês «performance», empobrecemos a Língua Portuguesa em 21 palavras, pelo menos.
No caso da frase apresentada, podemos dizer correctamente: «O computador X é mais eficaz/eficiente do que o computador Y». "
Estamos nós preocupados com acordos ortográficos e temos uma empresa que, NA ÁREA DE CULTURA, escreve mal português.
Mas vejam o que mais se diz: "Mas que dizer de "performação" utilizado na Universidade Nova, por professor(es) de Ciências Musicais e de "artes performativas", que surge agora como disciplina da Nova Reforma Curricular do Ensino Secundário?"
Olé. Até o Ministério permite ou não liga nenhuma, que é o mais certo.
Eu quando tenho alguma dúvida acerca de uma palavra espanhola (que escrevo e falo perfeitamente, consulto a RAE - Real Academia Espanhola - que é quem "manda" na lingua. Se uma palavra existe está lá. Se não existe, não está. Não existe em Portugal nada semelhante, nenhuma academia que seja quem coordene a lingua. Relativamente ao comentário anterior, leiam a resposta do Ciberdúvidas:
"Não tem, de facto, autoridade oficial, o que é pena, já que a Academia das Ciências, pelo menos actualmente, nada faz em tal sentido. De positivo, neste domínio, publicou há mais de vinte anos novo primeiro volume do dicionário, só com a letra A, tal como o dado à luz cerca de duzentos anos antes. Entretanto, em França (desde o século XVII) e em Espanha há várias edições do dicionário das suas academias, menos ambiciosos, pois, o espanhol, por exemplo, é num só volume, o que é melhor que um só para o A."
Como vêem, isto é Portugal no seu melhor. E segue: "publicou há mais de vinte anos novo primeiro volume do dicionário, só com a letra A, tal como o dado à luz cerca de duzentos anos antes."
Se consultarmos um dicionário "online", a palavra aparece. Diz que é um anglicismo mas não diz que a palavra não existe. Deus apanhe confessados quem usar este dicionário. Noutro dicionário diz, e bem, que a palavra não existe.
Mas tranquilizem-se, o novo Des(Acordo) Ortográfico vai resolver isto.
terça-feira, 4 de maio de 2010
THE IMPORTANCE OF NOT BEING GREECE
Este artigo trata da situação portuguesa quando comparada com a Grécia. Não estamos, obviamente, na mesma situação mas a nossa falta de crescimento faz duvidar os mercados acerca da nossa capacidade para poder sair deste pântano. Não vale a pena estar a dizer que os outros são os maus da fita, a percepção da realidde é mais forte que a realidade e iiso é que importa. Quem põe e dispõe são os mercados porque temos que recorrer a eles. Sendo assim temos que fazer o que eles dizem e não andar a chorar como o Calimero. Ora vejam só:
Economist, Apr 22nd 2010
A government desperate to persuade markets that it is better than they fear.
FORGET slogans about golden beaches or VINHO VERDE. What the Portuguese government wants the world to know is simpler: Portugal is not Greece. Far from having the next sovereign-debt crisis, as predicted by several economists, politicians are painting Portugal as a well-behaved member of the euro, in no way comparable to wayward, mendacious Greece.
Portugal is doing better than Greece in its budget deficit (9.4% of GDP in 2009, compared with 12.7%) and public debt (85% of GDP this year, against 124% in Greece). Unlike Greece, its public accounts are credible and it has a record of taking tough fiscal measures when necessary--between 2005 and 2007, it cut its budget deficit in half, from 6.1% of GDP to 2.6%. A four-year austerity programme to chop the budget deficit again, this time to 2.8% of GDP in 2013, has been adopted.
Again unlike Greece, the centre-left government of Jose Socrates is a pioneer of reform. It has linked pensions to changes in life expectancy and introduced incentives for later retirement. According to the European Commission, age-related public spending will rise by only 2.9% of GDP in Portugal over the next 50 years, compared with a euro-area average of 5.1% and a startling 16% in Greece. Despite some public-sector protests, opposition to spending cuts is less noisy than in Greece.
So why are markets fretting over Lisbon's debt burden (yields on two-year bonds have risen to 4.8%)? And why have such figures as Simon Johnson, a former IMF chief economist, and Nouriel Roubini, a New York economics professor once labelled Dr Doom, said that a Greek-style crisis could infect Portugal?
One answer is that Portugal's biggest problem is not primarily fiscal. It concerns growth--or the lack of it. Real GDP growth over the decade since Portugal joined the euro has been the slowest in the zone, despite a boom in Spain, its main trading partner. The country avoided a property bubble of the kind that burst so disastrously in Spain and Ireland. Though it doesn't help much, Portugal's already slow growth also made it less vulnerable to the global recession. "Spain was the wild tiger of Europe and had much further to fall when the recession came," says Joao Talone, a private-equity manager. "Portuguese companies were already used to extracting value in a difficult climate."
Low growth reflects a disastrous loss of competitiveness since the country joined the euro. Portugal has lost export-market share to emerging economies (including those of eastern Europe) that churn out similar low-value products. This is largely due to a steady rise in unit labour costs, as wage increases outstripped productivity growth (see chart). One consequence is that the Portuguese, once exemplary savers, have been borrowing heavily abroad. Household debt is now the equivalent of almost 100% of GDP and the debt of non-financial companies is nearly 140%.
Mr Socrates sees himself as the modern face of a country in transition from low-cost manufacturing to knowledge-based industries. In five years, he claims, Portugal has become a European leader in renewable energy. It has also cut civil-service jobs from 747,000 to 675,000. It sends some 35% of its young people to university. It is investing over 1.5% of GDP in research, much more than Spain. At the same time, however, Portugal is losing some of its EU structural funds to the club's newer, poorer members from eastern Europe.
A slow-moving bureaucracy, inefficient courts, poor schools and state-supported pockets of the economy protected from competition combine to hold Portugal back. Businessmen moan about rigid labour laws, which there is little political will to reform. Portugal has one of Europe's toughest employee-protection regimes.
In short, Portugal is indeed different from Greece. But if the markets decided to put this to the test, chronic low growth, a drastic loss of competitiveness and high public and private indebtedness are all weaknesses which could swiftly undermine the protection that being different is meant to bring.
Economist, Apr 22nd 2010
A government desperate to persuade markets that it is better than they fear.
FORGET slogans about golden beaches or VINHO VERDE. What the Portuguese government wants the world to know is simpler: Portugal is not Greece. Far from having the next sovereign-debt crisis, as predicted by several economists, politicians are painting Portugal as a well-behaved member of the euro, in no way comparable to wayward, mendacious Greece.
Portugal is doing better than Greece in its budget deficit (9.4% of GDP in 2009, compared with 12.7%) and public debt (85% of GDP this year, against 124% in Greece). Unlike Greece, its public accounts are credible and it has a record of taking tough fiscal measures when necessary--between 2005 and 2007, it cut its budget deficit in half, from 6.1% of GDP to 2.6%. A four-year austerity programme to chop the budget deficit again, this time to 2.8% of GDP in 2013, has been adopted.
Again unlike Greece, the centre-left government of Jose Socrates is a pioneer of reform. It has linked pensions to changes in life expectancy and introduced incentives for later retirement. According to the European Commission, age-related public spending will rise by only 2.9% of GDP in Portugal over the next 50 years, compared with a euro-area average of 5.1% and a startling 16% in Greece. Despite some public-sector protests, opposition to spending cuts is less noisy than in Greece.
So why are markets fretting over Lisbon's debt burden (yields on two-year bonds have risen to 4.8%)? And why have such figures as Simon Johnson, a former IMF chief economist, and Nouriel Roubini, a New York economics professor once labelled Dr Doom, said that a Greek-style crisis could infect Portugal?
One answer is that Portugal's biggest problem is not primarily fiscal. It concerns growth--or the lack of it. Real GDP growth over the decade since Portugal joined the euro has been the slowest in the zone, despite a boom in Spain, its main trading partner. The country avoided a property bubble of the kind that burst so disastrously in Spain and Ireland. Though it doesn't help much, Portugal's already slow growth also made it less vulnerable to the global recession. "Spain was the wild tiger of Europe and had much further to fall when the recession came," says Joao Talone, a private-equity manager. "Portuguese companies were already used to extracting value in a difficult climate."
Low growth reflects a disastrous loss of competitiveness since the country joined the euro. Portugal has lost export-market share to emerging economies (including those of eastern Europe) that churn out similar low-value products. This is largely due to a steady rise in unit labour costs, as wage increases outstripped productivity growth (see chart). One consequence is that the Portuguese, once exemplary savers, have been borrowing heavily abroad. Household debt is now the equivalent of almost 100% of GDP and the debt of non-financial companies is nearly 140%.
Mr Socrates sees himself as the modern face of a country in transition from low-cost manufacturing to knowledge-based industries. In five years, he claims, Portugal has become a European leader in renewable energy. It has also cut civil-service jobs from 747,000 to 675,000. It sends some 35% of its young people to university. It is investing over 1.5% of GDP in research, much more than Spain. At the same time, however, Portugal is losing some of its EU structural funds to the club's newer, poorer members from eastern Europe.
A slow-moving bureaucracy, inefficient courts, poor schools and state-supported pockets of the economy protected from competition combine to hold Portugal back. Businessmen moan about rigid labour laws, which there is little political will to reform. Portugal has one of Europe's toughest employee-protection regimes.
In short, Portugal is indeed different from Greece. But if the markets decided to put this to the test, chronic low growth, a drastic loss of competitiveness and high public and private indebtedness are all weaknesses which could swiftly undermine the protection that being different is meant to bring.
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