segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A TAP e a TAP

A semana passada estive em Roma durante uns dias para acabar com as férias que ainda tinha. Como tinha milhas a caducar, pedi um bilhete com milhas e em business. Mala com etiqueta de prioridade, etc. Prioridade foi mas para perder a mala. Cheguei a Roma e da mala, nada. Ninguém sabia onde estava. Total displicência das pessoas que preenchiam as reclamações em Roma mas lá acabaram por fazer a reclamação. No dia seguinte liguei para saber notícias, ninguém atendia. Lá tive que ligar para Portugal. A mala tinha sido encontrada e era entregue no hotel essa tarde. Digo eu, quando uma pessoa viaja em business e paga muito mais dinheiro por esse privilegio (as milhas neste caso dão o mesmo privilégio), não deveria haver um cuidado especial com a bagagem ? Parece que não, chega a bagagem de turista mas perde-se a de business. Bem para a TAP.

Mas por falar na TAP. Saiu no jornal Sol de 1 de Outubro de 2010 a noticia de um passageiro que foi detido por filmar a bordo. Resumindo, o que se passou foi o seguinte. Os passageiros foram informados, ainda em Lisboa, que, devido a uma greve, o voo estava assegurado com uma tripulação mínima e que, por causa disso, os passageiros tinham que se dirigir à parte traseira da cabine para levantar o tabuleiro com a comida. Está visto, confusão, empurrões, etc. Este passageiro pegou no iPod e filmou a cegada. Depois comentou o que todos viram e até a tripulação estava de acordo com ele. Tanto que até lhe proporcionou uma caneta para fazer uma queixa ao que ele respondeu que não era necessário já que tinha filmado a cena. E a coisa ficou por aí.

Quando chegaram a Londres viu entrar a policia com a comandante que lhe disse que era proibido filmar a bordo e perguntando-lhe se queria denegrir a imagem da TAP. Os policias viram que o filme não constituía nenhum problema de segurança. Diz a a comandante que não lhe disseram nada nem o antes porque ele se podia tornar violento.

Quando voltou participou o caso à TAP e ao INAC. A TAP, como sempre, deu a calada por resposta até que o jornal a interpelou. Expressaram o desapontamento pela atitude da comandante. O INAC disse que o regulamento prevê uma proibição que depende de cada operadora mas que implica sempre uma comunicação previa aos passageiros, algo que não sucedeu por parte desta comandante.

Antes de ser libertado teve que entregar o iPod à comandante que só lhe devolveu o aparelho três semanas depois e por correio sem nenhum dos filmes que tinha lá e que não tinham nada que ver com este “incidente”. Está, e bem, a ponderar uma queixa-crime contra a TAP. Depois esta que se encarregue da comandante.

Não sei se repararam no artigo antes do substantivo comandante, “a”. Já sei que posso vir a ser apelidado de muitas coisas mas parece-me que:

1. a confusão a bordo do avião é, em ultimo caso, responsabilidade do comandante que detêm o poder. Ou seja, a confusão criada com os tabuleiros é da responsabilidade da comandante.
2. Para denegrir a imagem da TAP está a atitude da comandante assim como o artigo no jornal Sol provocado por ela.
3. Esta senhora chega a um colectivo dominado por homens e quer demonstrar que sabe ser firme, que sabe agir como qualquer homem. O que não sabe é exercer o poder e perde o controle, precisamente o contrário do que pretendia. Parabéns minha senhora.
4. Dirigiu-se ao passageiro, que, aliás, lhe paga o mais do que generoso e, pelos vistos, imerecido salário, com agressividade e prepotência. Bem para quem que ter e demonstrar calma nas situações mais difíceis.

Esta senhora fez um fraco favor às mulheres ao actuar desta forma e não devem faltar homens comandante a agradecer-lhe a atitude.. Só lhe faltou chorar e ter um ataque de histeria. A verdade é que, se tiver que voar com esta comandante, não vou sossegado já que, numa situação normal, perdeu os nervos e o controle. Imaginem numa situação de crise. Tenho a certeza de que se tivesse chamado o passageiro à cabine, lhe tivesse explicado a situação e lhe pedisse para apagar o filme ou não o publicar na internet, este poderia ter acedido de boa vontade. Ao agir da forma como agiu, foi ela que denegriu a imagem da TAP que, diga-se de passagem, não necessita ajuda para esse fim.

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